Há poeta

 

Há poeta de todos os jeitos.

Há aquele que é simétrico,

enganando-se à poeta perfeito.

A sua autofalácia é mesmo clássica,

achando que a sua poesia é plástica

que se cola numa tela, bem essa é

uma mescla de poesia de entretela,

mesmo sem métrica é estética.

Sua simetria é belicosa e perfeita.

Há aquele que está nem aí,

porém, sua inspiração avassala

o coração que está numa vala.

E com a fala do amor, duma flor,

do valor dum sofrido coração,

vai tinir ao ouvido do olhar,

comovido pela boa intenção.

Esse é muito atrevido

ao cumprir a sua missão.

Vai desembuchando a razão

que nem ele mesmo sabe não…

Há aquele que se acha músico,

Cantarola o tempo todo, afinado

na mais degradante desafinação.

Sendo poeta, então está muito bom.

 

Há poeta que não escreve,

Pois, o seu pensamento é breve,

no entanto, emana a paz energética

da cura que apura qualquer rejeição.

O poema é a cura da maior infecção,

aquela que atinge a alma de geração

em geração, gerando a maior confusão.

Aí o camarada adoece, no cabo da enxada,

ou de cabeça raspada lá na universidade,

ensinando outras inchadas cabeças,

e não importa o que mais aconteça.

Todos se igualam nessa seara

quando a cabeça não apara,

o vil pensamento não sara.

O poeta analfa é a beta da alegria

pura, que a dor da alma cura,

sem a explicação grega,

a qual agrega segredos,

que o poeta os renega,

dos deuses imortais,

como é o caso da Musa,

que aparece intrusa,

para alegrar os mortais.

O preço da Musa é alegria

de todos os dias combater

o mal da alergia fria à ater

a alma que vive a sofrer.

Jbcampos

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